No
meio da noite em volto a gritos e fogos eu despertei do meu sono celestial a la
Harry Potter e seus pesadelos com Voldemort. Antes de ir dormir assisti ao
Jornal Nacional que mostrava que na cidade de São Paulo estava tendo uma onde
de assaltos.
Era assalto a prédio, condomínios de luxo e o escanbal, logo o
primeiro pensamento que me veio à mente foi : “ops , é arrastão?”. Ou seriam os
Comensais da Morte fazendo mais um ataque à cidade dos trouxas?
Nenhuma coisa nem outra,
os simpáticos e, exaltados, torcedores do Corinthians que estavam celebrando a
vitória de mais um jogo.
Não
entendo nada de futebol, e nem torço por time local, estadual e semelhante.
Torço apenas para seleções, e vocês já sabem quais: Brasil e México. Mas eu sou
carioca e sei que o flamengo tem uma torcida incrível, grande e
barulhenta e sempre que o fluminense ganha, fazem carreata aqui na cidade, num
é Luis Matheus? Em questão de barulho todas são iguais quando tem que expressar
seu amor por seus respectivos clubes.
O
fato em questão é que eu nunca, nessa vida nem na outra, tinha presenciado uma
comemoração tão, digamos ‘audível’ por falta de uma palavra melhor. Já
vivenciei algo parecido no réveillon quando as pessoas dançam peladas na beira
da praia de Copacabana pulando as ondas a la Morte do Cisne no objetivo de
atrair sorte e prosperidade para o novo ano que está se iniciando.
Não
sei não, acredito que no final a única coisa que eles conseguem é matar o cisne
porque de tão tontos acabam desabando sobre o pobre animal, um resfriado seco e
uma baita vergonha por ter pagado mico diante de milhões de pessoas. Não tenho
nada contra, viu? Dou o maior apoio a qualquer tipo de celebração baseada na
crença de um mundo melhor. Se todos tivessem em algo a que confiar, nosso
bonito globo terrestre não estaria tão danificado e perdido.
De
volta ao Harry Potter com a camisa do Corinthians gritando “Grifinória meu
timão”, epa, de onde eu tirei isso? Ihhhh gente, não disse que estava sonhando?
Pois é, mas o sonho era realidade. Era meia noite quando a torcida do timão
ensandecida começou a tomar as ruas exaltando o clamor da Gaviões da Fiél. Eu
fiquei assustado, mas me lembrei de que mais cedo tinham comentado que teria
jogo do Corinthians e que o estádio ficava relativamente próximo ao hotel.
Ahhhh,
bom então eram só os corintianos? Menos mal. Nem foi necessário pegar minha
varinha feita de azevinho e plumagem de fênix, 28 cm e sair conjurando uns
feitiços em plena madrugada na Rua Augusta.
Hogwarts
a parte, eu estava acordado: fato! Mas ainda era apenas meia noite e eu estava
cansado da viagem feliz (¬¬) do dia anterior. O que fazer? Peguei o meu celular
e meus fones, mal enxergando direito (pensei em realizar um Lumus Maxima), mas
a luz do celular já era suficiente.
Tenho
umas tracklists preparadas no celular para não ter que ficar ouvindo as 10
horas e 46 minutos de música que tenho armazenada. Tenho uma que é intitulada
‘Dormir’ e traz uma seleção fantástica de músicas asiáticas produzidas pelos
mais diversos instrumentos: bambu, hashi, adaga e juro que um dia ouvi o
barulho do tchaco do Jansen Junior.
Dei
play na Shining Mountain do R. Carlos Nakai ...
... e em poucos minutos já estava
atravessando o Lago Negro no lombo do Hipogrifo cantando “ Salve o Corinthians,
o campeão dos campeões, eternamente dentro dos nossos corações.”.
Não
demorou muito e meu organismo, que trabalha como um relógio suíço, me disse que
estava na hora de acordar. Onde estou? Quem sou eu?Ah sim, São Paulo, CEFET, feira
de eventos, Harry Potter...
Me
levantei e fui até a janela, Papai do Céu já tinha estendido o tapete cinza no
céu paulistano e a cidade lá fora já ecoava suas buzinas mostrando que a cidade
assim como eu já estava prontos para desfilar pela avenida Paulista.
Para
quem já acompanha o blog sabe o que aconteceu a seguir. Lavei meu rosto,
escovei meus dentes, coloquei uma roupa básica e fui para o café da manhã. Na entrada
do elevador encontrei um estrangeiro que achou que eu tinha cara de espanhol e
ficou testando meus conhecimentos na língua do Dom Quixote ( quem não conhece é um excelente livro ).
Não
demorei muito tomando café, comi um pão com cereais, um pedaço de bolo de
laranja e bebi dois litros e meio de suco de manga. O itinerário do dia era:
pela manhã iríamos visitar o bairro da liberdade e à tarde a Rua 25 de março.
Para
quem não conhece São Paulo desconhece o fato de que ambos os locais são pontos
de concentração asiática. Sei o que
vocês estão pensando: o bairro da Liberdade tudo bem, tem a imigração japonesa,
mas onde estão os asiáticos na Rua 25 de Março? Diz para eles Carol Feijó,
Creuza, Amy Lee, Menina do Sítio, Dani Jatobá, Thiago e Wanessa. Ou melhor, não
diga agora, vamos deixar no suspense.
Voltando
ao hotel, terminei o meu café, voltei ao quarto, tomei banho, dessa vez não
pude aproveitar o aconchego da banheira. Escolhi uma roupa bacana, o clima
estava ‘agora te deixo fresco e mais tarde te faço suar’, optei então por uma
roupa semiaberta, um jeans e um tênis confortável, afinal iríamos caminhar no
bairro do sol nascente e na rua das muambas.
Para
reverenciar meus queridos amigos dos olhos puxados peguei a cera de cabelo
emprestada com o Beto e usei nas minhas madeixas alemãs. Visual pronto, máquina
fotográfica sempre em mãos, celular, óculos de sol, carteira com documentos, dinheiro
para o transporte e protetor solar. Me esqueci de alguma coisa? Ah claro meu
caderninho de autógrafo caso encontrasse com algum ídolo Kpop pela rua.
Liguei
para meus amigos e todos já estavam prontos para ir rumo à aventura do hashi
perdido. Digo quase todos, alguns amigos ao que parece fizeram parte da festa
corintiana em busca do cálice de fogo.
Os que tinham sobrevivido estavam ali com cara de sushi e não demorou
muito para chegar as líderes do clã cefetiano: professora Fernanda e professora
Gisela.
Eu
disse como que iríamos chegar até o bairro da Liberdade? Não? De metrô! É o
transporte que o Rappa chama de ‘minhoca de metal’. Vocês não pensaram que era
de Nimbus 2001 né?
Para
quem leu o post anterior sabe que nosso bonito hotel estava situado em um local
estratégico para a realização de deslocamentos. Saímos, em um grupo de 15 mais
ou menos em uma semifila, como nos passeios da escola ao zoológico. A tia vai à
frente guiando e os aluninhos atrás sem perder o passo.
Caminhamos
por uns 10 minutos e já estávamos no centro da urbe: a movimentada Avenida
Paulista.
Tiramos
a famosa foto em grupo...
... dessa
vez sem ocupar nenhum monumento disputado, até porque quem passa pela avenida
paulista não tem tempo nem para admirar a linda bandeira de nossa nação
tremeluzindo no alto de um arranha céu.
Depois
das fotos seguimos rumo à entrada do metrô e mais uma vez revi meu sonho do
Harry Potter quando este é acompanhado pelo Sr. Weasley ao Ministério da Magia
em HP5.
As
pessoas surgiam das catracas e seguiam apressadas em direção às escadas. Só
para deixar claro eu nunca tinha usado o metrô paulistano, apenas o carioca e
acredito que muitos dos meus amigos também. A expectativa era alta. Tínhamos
que comprar os tickets e nos dirigimos ao balcão de compra que graças a Deus
não tinha fila, até o grupo do CEFET chegar.
A
Isabelle Ramos ficou por último e a Laís aproveitou para, como dizem os
paulistas, ‘tirar uma com a cara dela’.
Entramos
na fila todos juntos. ‘Dois bilhetes, por favor. ’. Não foi muito caro, algo
como R$6,00 ida e volta e dali seguimos para as plataformas. Ah, há um fato
digno de ser destacado. Passando pela plataforma de embarque havia uma máquina
grande localizada próximo à parede que parece essas máquinas de refrigerante
que inserimos uma moeda e o refrigerante sai. Sabem qual?
Só
que nessa máquina não sai refrigerantes e sim livros!!!!!!!! É, livros! Mesmo
naquele vuco vuco de pessoas eu não tive como não voltar, chamar a Erica
Isidoro e dar uma olhada na máquina. Tinha um informativo que dizia que era o
projeto ‘vending machines’.
Olha
que ideia genial! Super apoio e felicito a quem preconizou o movimento. E o
melhor galera, os livros são muito baratos. Não sei se este projeto já está
sendo implementado aqui no Rio, mas sei que em Porto Alegre tem.
Depois
de contemplar uma ideia bacaníssima, Erica e eu saímos correndo para poder
alcançar os demais alunos que já estavam muito além na nossa frente observando
o mapa das linhas do metrô em busca do destino certo para onde iríamos. Destino
traçado era só esperar o metrô chegar e pé na tábua. Tudo muito simples né? Nem
tanto se estamos em um grupo de 15 e melhor um grupo de 15 cariocas.
Meus
amigos paulistas sabem que São Paulo não para e esse eterno movimento se reflete
no seu meio de transporte. As portas do metrô levam apenas em torno de 1 minuto
e 20 segundos para fechar e partir correndo nos seus trilhos. Estávamos em
torno de 15. Ok, 15 pessoas entram fácil pelas portas que abrem e fecham em
pouco tempo.
Mas
não nos esquecemos de alguns singelos dados: “De acordo com o IBGE, a população
do município de São Paulo é de 10. 886.518 habitantes. Se for considerada a
região metropolitana, ou seja, os 38 municípios que circundam a capital, a
população chega a aproximadamente 19 milhões de habitantes.”.
Eu
sei, vocês não são bons em cálculos assim como eu, mas não precisa ser
discípulo de Pitágoras para saber que esse coeficiente daria negativo, certo? E
deu! O metrô chegou e assim como os 19 milhões de habitantes disputamos o
pequeno espaço das portas para poder entrar por um simpático vagão, que por
milagre divino, estava semivazio.
Os
mais safos e velozes entraram e a pobre Kamila bailaria Mouza ficou para trás.
1 minuto e 10, 1 minuto e 15, 1 minuto e 20! Kamila desesperada não sabia o que
fazia. Pensou: será que as portas do metrô são como as portas do Friburgo
Shopping? Tentou, mas não obteve resultado.
Quando
criança costumava brincar de um desenho que passava na TV onde uma mulher loira
usava um vestido branco mostrando as pernas bem torneadas resultado dos
exercícios feitos na escada do castelo onde morava e quando empunhava uma
espada e dizia umas palavrinhas mágicas ganhava forças sobrenaturais.
Kamila
procurou em seu bolso, não tinha espada. Alguém tem uma caneta? Ninguém tinha
nada para lhe ajudar. Kamila já com dificuldade para respirar ergueu seus braços
de 1.20 cm e disse: “Pela honra de Greyscow: Eu sou She- Ra.”.
Nesse
momento para espanto geral da nação as portas se abriram, não muito, mas como
Kamila é magra, conseguiu passar pelo vão de uns 50 centímetros que se abriu
através das suas forças sobrenaturais.
Os
alunos e a população de São Paulo disseram: ‘ufaaaaaaa’. Com todos já no
interior do vagão foi o momento propício para rir da desgraça alheia e
registrar os relatos dos passantes.
Passado 4 estações estávamos prontos para desembarcar, dessa vez parecia uma preparatória para a Corrida de São Silvestre. Todos queriam sair sem ter que ficar para trás e revelar suas identidades secretas de super - heróis.
Passado 4 estações estávamos prontos para desembarcar, dessa vez parecia uma preparatória para a Corrida de São Silvestre. Todos queriam sair sem ter que ficar para trás e revelar suas identidades secretas de super - heróis.
O
desembarque embora conturbado não resultou em nenhum destrinchamento humano.
Chegamos ao bairro da Liberdade. Antes mesmo de por os pés nas calçadas lusas
nipônicas já identificamos um fluxo de issei, nissei, sansei e yonsei. Para
quem não conhece a árvore genealógica japonesa e acha que todos são ‘não sei’ é
só pensar que são da mesma família.
Eu
achei o máximo. Era para isso que eu estava ali. Para admirar e vivenciar um
pedacinho do Japão no meu país. Já na entrada do bairro é possível vislumbrar a
arte oriental nas ruas, nas lojas e até no banco Bradesco.
As
luminárias vermelhinhas cortam todo o bairro.
Depois
de tirar umas fotos para registrar a presença, nos separamos e cada um seguiu
seu interesse em visitar o bairro. O meu era fazer contato com os (quase)
nativos e tirar algumas fotos.
Meus
amigos de bom coração me acompanharam. Meio perdidos decidimos descer a rua
principal e ver no aquilo iria dar. Pelo caminho os habitantes do bairro do sol
nascente falavam seu idioma original: japonês, o que não era um problema uma
vez em que já no ano passado quando visitamos São Paulo para o Salão Nacional
do Turismo eu ensinei a Belle Ramos, Kamila Mouza e Érica Isidoro como se
comunicar bem com os asiáticos simpáticos de cabelos negros brilhantes banhados
ao molho shoyo.
Ensinei
os cumprimentos básicos em coreano, japonês e mandarim.
Japonês:
Konichiwa, ogenkidesuka?
Coreano:
Annyeonghaseyo. Gamsahabnida.
Mandarim: Ni hao. Wo hen hao. Xie
xie.
Kamila
se especializou no Ni hao e seu sonho se converteu em ser respondida por algum
olhinho puxado. Não adiantou falar que ‘ni hao’ é mandarim e ela estava em um
bairro japonês. Ela queria mesmo é ser simpática independente do idioma.
Belle
usava o coreano e às vezes confundia com o espanhol. Erica, como vocês bem
sabem, se não sabem esperem que irei comentar futuramente, fala como um rádio
quebrado, então na dúvida do coreano, mandarim ou japonês preferiu manter o
silêncio sepulcral.
Embora
não tenha assistido às aulas de línguas asiáticas, Luis Matheus era o mais
empolgado para fazer contato com os japoneses, porque ficava debochando do que
eles falavam a ponto de levar um golpe de karatê na orelha e esquecer o seu
próprio nome.
Eu
não identifiquei nenhuma palavra conhecida ao meu diminuto vocabulário nipônico,
mas Luis Matheus jura que ouviu eles falando Toshiba. ¬¬. Deboches a parte, seguimos em busca de algo
interessante para se ver, fomos até o final na rua e nada. Entramos nas
lojinhas, passamos pela ponte de amizade (não a paraguaia) ...
... e
concluímos que não tinha mais o que poderíamos ver. Decidimos voltar para o
hotel e descansar um pouco antes de encarar o trio elétrico da 25 de março.
Enviamos
uma mensagem à diretora dizendo que iríamos nos aventurar a voltar sozinhos na
selva paulista e lá fomos nós, já dizia a Bruxa do Pica Pau. Tínhamos o bilhete
para o retorno, coragem e a vontade de descansar mais um pouquinho. Dessa vez
em um grupo menor conseguimos fazer todo o trajeto na paz mundial.
Jansen
e Juliana estavam com uma pressa digna de feirante correndo do rapa; Belle,
Kamila, Laís, Erica, Luis Matheus e eu fomos mais tranquilos e aproveitamos o
tempo extra que ganhamos para dar uma olhada nas vitrines, comprar uns baduleques
para comer, visitar uma galeria maneiríssima, que estava fechada e só então
voltar ao hotel.
Antes uma fotinha no elevador...
Chegamos
ao hotel com um bom tempo de sobra para descansar, tomar banho e etc. Só
iríamos visitar a 25 de março na parte da tarde. Eu aproveitei para descansar
um pouco mais e tentar usar a internet do celular. Já estava quase na hora do
almoço quando saímos rumo à segunda aventura do dia: Rua 25 de março. Sempre
ouvimos falar que é uma rua muito movimentada e propícia para compras né?
Minha
primeira experiência com a 25 de março foi incrível. A primeira vista ela parece
o inferno, é cheia de gente te empurrando e te oferecendo as coisas e um
barulho ensurdecedor que em apenas 10 minutos que eu estava lá tinha concluído
que se existe inferno aquela rua era uma maquete perfeita, só faltava tocar
axé. Brincadeirinha, Ivete Sangalo beijo me liga!
No
entanto depois de caminhar um pouco, na verdade se você não caminhar é levado
pela maré, eu entrei, ou fui empurrado, para o interior de um shopping e é aí
que está a minha paixão pela rua 25 de março. Assim que entrei me deparei com
milhares de coreanos me olhando com cara de “quer comprar um celular? Boné?
Perfume? Tênis Nike?”. Todos trabalhados naquela pronúncia de Google tradutor
que você faz um esforço para distinguir a origem da língua mãe (latim) ali.
Vocês
sabem que sou viciado em cultura asiática e, em especial, na sul coreana. Assim
que quando vi que estava em um lugar dominado pela essência kpop me senti como
o Chaves quando ganha um sanduíche de presunto.
E
desde então quando vou a São Paulo tenho que fazer minha parada obrigatória no
Shopping Coreano \^_~/ É agora vocês sabem do segredo oriental que a 25 de
março guarda.
Embora
meu desejo asiático fosse latente, mais urgente mesmo era a fome. Sim, porque
se vocês bem se lembram até agora não havíamos comido nada, certo? Mas onde
comer? Não acredito que vocês me fizeram essa pergunta insólita! Um lugar que
exprime bem a identidade paulista e que eu gostaria muito que existisse no meu
lindo Rio é o Mercadão Municipal.
O
Mercadão é um patrimônio de São Paulo, um lugar onde você encontra as mais
belas e frescas frutas, verduras, legumes, carnes, queijos entre outros
artefatos.
Não
sei o seu tamanho exato, mas deve alimentar a todos os filhos da Angelina Jolie
e ainda guardar para um próximo herdeiro.
Quem
conhece sabe do que eu estou falando. Além do sanduíche há diversos pasteis que
seguem a mesma estrutura do sanduíche e o melhor meus caros leitores. O preço!
Que é super importante se assim como eu, vocês gostam de comer bem e pagar
pouco. Ele varia de R$7,00 a R$11,00. Que cá entre nós é uma pechincha se
levado em consideração o seu recheio e tamanho.
Geralmente,
e isso comigo já aconteceu duas vezes, não conseguimos comer todo o lanche, e
como desperdício de comida é pecado, embrulhamos no guardanapo para depois dar
uma beliscada na viagem.
O
Mercadão é uma parada indispensável a quem visita São Paulo e igualmente
indispensável é parar para observar a estrutura do prédio e sua arquitetura em
estilo eclético, construído entre 1928 e 1933 pelo escritório do renomado
arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo. Os vitrais de Conrado Sorgenicht
Filho são um atrativo a parte e mostram vários aspectos da produção de
alimentos.
Camila
Dazzi feelings né? Só o CEFET vai entender.
Depois
de ter lanchado maravilhosamente bem já estávamos prontos para atacar a 25 de
março. Mais uma vez cada um seguiu o seu destino, ou melhor, o seu interesse.
Jansen estava a fim de montar um novo Bazar Opção e arrastou a Juliana para o safári
dos eletrônicos.
Eu,
Wanessa, Creuza, Thiago, Jatobá, Feijó, Sítio, Beto e Amy Lee fomos rumo ao
Shopping Coreano. Só para esclarecer ‘Sítio’ e ‘Amy Lee’ são as alcunhas
carinhosas as quais me refiro às simpáticas e risonhas Grazi Aguiar e Paula
Kimus, respectivamente. Alguns já conheciam o Shopping, outros estavam curiosos
por tanto eu falar dele e para fazer compras, uma vez em que eu disse que lá
tinha muito material bacana para se comprar apesar de que eu só compro perfume (cubano)
e óculos escuros.
Entramos
no primeiro shopping, e eles tiveram o primeiro contato com os nativos
coreanos.
Carioca:
- Boa tarde;
Coreano:-
Doze reais, quinze reais!
Oooh
que coreanos simpáticos. >.<
Para
visitantes de primeira viagem, o shopping coreano é uma perdição, que o diga
Wanessa e Creuza.
Mais Wanessa que queria adiantar as compras de aniversário, natal,
carnaval, páscoa e dia do índio. A Creuza foi mais contida e ficou na filosofia
do ‘ tô dando só uma olhadinha’. Eu, não
fui muito com a cara dos óculos e de cubano já tenho dois no estoque que ainda
não usei.
Depois
de subir e rodar os quatro andares do shopping coreano ...
... decidimos
sair e entrar em outro shopping... coreanooooo \ o / . Não contavam com a
astúcia asiática né? Eita brazilsão que entra quem quer... enfim, voltando às
compras, entramos no segundo shopping que é mais extenso e ali tinha mais
opções de compras. As meninas intermunicipais, Feijó, Grazi e Paula deram
início às compras. Jatobá também faz parte desse grupo, mas preferiu ficar só
na vitrinagem.
Eu
achei um chaveiro irado em formato de sandália com a bandeira do nosso querido
Brasil. Não me contive em comprar apenas um e acabei comprando doze.
Comprei
também um stick de notebook com a bandeira do Brasil.
Thiago
queria um copo - globo de boate, aliás, você conseguiu o copo Thiago?Não
me lembro, fiquei entretido com meus chaveirinhos e meus amigos coreanos e
acabei esquecendo se você conseguiu achar o seu copo de festa.
Feijó
achou uns relógios bacanas por um preço tão bacana quanto e fez a festa nos
cubanos, levou 3, certo? Grazi comprou um também e Paula jogou charme para
conseguir desconto nas colônias caribenhas. Beto comprou um joguinho de tiro ao
alvo que só Deus sabe pra que ele vai usar aquilo, e um massageador elétrico para
aliviar seus reumatismos. Brincadeirinha Beto. Nossa simpática Creuza ,
se não me engano, comprou algo para o seu filho e o período de compras então
estava esgotado.
Mas
como? Não gente para tudo! Estamos nos esquecendo de alguém: Wanessa! Essa como
eu bem disse anteriormente seria responsável por contribuir com 10% do PIB
brasileiro só com sua pequena lista de 1.50 cm recheada de artigos para comprar.
Eu até queria elencar os itens adquiridos por nossa querida amiga, mas se eu o
fizesse daria 2012, o mundo acabaria...
Deus
o iria reconstruir...
Adão e Eva comeriam novamente o fruto proibido ...
Cabral
descobriria o Brasil ...
... e só no final da segunda Guerra Mundial é que estaríamos
acabando com a primeira parte da lista de Wanessa. Ou seja, é melhor pularmos
essa etapa e chegar logo ao final do dia de compras.
Quem
tinha o que comprar comprou, quem não tinha não comprou, quem tinha que achar o
que procurava achou, e quem não achou chorou né não Laís Ferrari da mochila
dourada?
No
final da tarde o ponto de encontro seria novamente no belíssimo Mercadão
municipal. Eu sei, vocês já estão cansados, é nós também estávamos. Wanessa
muamba e eu comemos uma tapioca, os outros beberam algo para matar a sede e
ficamos esperando até todos os consumistas compulsivos chegarem.
Grupo
reunido era hora de buscar o ônibus no estacionamento e partimos para o nosso
lar doce lar, que ainda demoraria umas 10 horas para chegar. Ué, mas de São
Paulo a Friburgo não são 8 horas? Teoricamente sim, mas não contávamos com o
inesperado: tinha uma pedra no caminho, ou melhor, um caroço no pneu. Mas
calma, calma, ainda temos muita estrada a percorrer.
Antes
de chegar ao estacionamento do ônibus, vivemos muitas experiências. Aliás, nossos
amigos agora todos reunidos tinham muitas experiências que contar. Natalia
madame fez um auto exame de mama gratuito com um papa bolinha. Algumas outras
meninas passaram pelo mesmo exame só que com um pen drive.
Juliana
Pitzer foi atacada por um mendigo brincalhão que simulou um banho de cerveja
num copo imaginário. E depois quase foi atropelada tentando negociar chocolate
de procedência duvidosa numa avenida movimentada.
Para
chegar até o ônibus passamos pelo set global da novela Avenida Brasil, mais
especificamente no lixão da Mãe Lucinda e conseguimos finalmente embarcar com
segurança e tranquilidade.
Dentro
do ônibus foi hora de arrumar as sacolas e admirar as compras feitas pelos
coleguinhas.
Contagem
feita, ninguém faltando e pé na estrada. Seguimos em direção a um shopping para
dar uma descontraída e forrar o estômago para a viagem. O shopping era enorme e
fizemos uma análise geral antes de sentar para comer. Nesse ínterim, antes de
entrarmos no shopping alguns alunos se perderam junto a rodomoça Gisela e
acabamos entrando pelo lugar errado, quando caímos em si tivemos que voltar as
escadas que tínhamos acabado de subir.
Alguns
preguiçosos quiseram descer de elevador, a dúvida era a seguinte: Será que
cabem todos? Estávamos em 8 mais ou menos e tentamos. Resultado: não! Tudo por
culpa da obesa da Grazi Aguiar. Jansen Junior e eu acompanhamos a pobre Grazi
completamente desfalecida com seus 45 kg através das escadas. Os demais desceram de elevador dando boas risadas.
O
grupo se separou. A professora Fernanda, Beto e eu acompanhamos a professora
Gisela que queria comprar uma camisa do Corinthians para o Loco Abreu. Aí vocês
pensam: ‘perái, o Loco Abreu não é do Botafogo?’. Sim, é, mas estamos falando
de outro Loco Abreu, dá só uma olhadinha:
Ainda em busca da camisa, a professora Gisela deu uma entrevista para a TV de São Paulo contando sua experiência como usuária e consumidora de aparelhos celulares, detalhe, quem estava com o celular na mão era eu. Pobre Gisela acabou sendo pega para judas. Quem mandou ter a cara da riqueza?
Infelizmente
não encontramos uma camisa digna do canino Loco Abreu, a professora Gisela
resolveu então comprar uns blocos de cimento maciço para fazer musculação. Bom,
na verdade eram esses pesos de academia, mas que pareciam blocos de cimento pareciam.
Quando encontramos o grupo deu até para fazer uma piadinha com os amigos
dizendo que ela tinha comprado esculturas de mármore de carrara. Laís quase
deslocou a coluna.
Grande
parte da galera rachou uma pizza. Depois de bem alimentados seguimos viagem. E
é aí que vocês pensam que depois do lanche descansamos e seguimos viagem
dormindo felizes e cansados. Resposta errada! Quem quer ajudar dos
universitários? Durante a viagem ainda teve tempo para nos divertirmos e nos
sentirmos no Balão Mágico brincando de guerra de travesseiros.
Natalia
aparentemente dormindo se mostrou uma completa Jacaroa do Nilo acertando várias
travesseiradas na cabeça dos amiguinhos.
Até
a doce Bela Belle Cantante resolveu entrar na onda e acertar o pobre Luis
Matheus que descansava no leito de sua tranquilidade tricolor.
Travesseiro
daqui, travesseiro dali nem reparamos quando o ônibus parou no pedágio de
Cachoeiras de Macacu, que para quem não sabe , é uma ardida cidade que faz
divisa com a fresca Nova Friburgo. Todos ficaram espantados: “Nossa já estamos
em Cachoeiras”. Mas o que ninguém
esperava é com a boca bendita da professora Gisela: “Ué, porque o ônibus parou?
Só falta o pneu ter furado”. Advinhem
meus queridos amigos o que aconteceu a seguir. O pneu furou? Não, mas deu um
calombo enorme e acabamos tendo que descer para o motorista e a equipe do
pedágio resolverem o problema.
Eu
sei o que vocês estão pensando: “Eita lele! Mas que turma mais sortuda!”, pois é,
pois é. E para nossa alegria o pneu não saía e com isso tivemos que nos
acomodar nas beradas da calçada como pobres refugiados em busca de uma terra
melhor ao som do frio sedutor que cantava em nossos ouvidos.
Depois
de uns 40 minutos, uma simulação rápida do programa No Limite...
... e com
o sol já despontando no céu azul serrano ...
... o
pneu estava trocado e no seu devido lugar. Reembarcamos cansados, porém felizes
de chegar ao nosso lugar, nosso querido CEFET/RJ - UnED Nova Friburgo.
Eu
com minhas malas e sacolas da longínqua feira de eventos segui rumo a minha casa,
com muito sono e cansaço e o desejo de deitar minha cabeça no travesseiro e
descobrir que tudo não passou de um sonho com um bruxo adolescente vestido com
uma camisa preta e branca jogando quadribol no Pacaembu.
A palavra é o meu domínio sobre o mundo
Clarice Lispector
Clarice Lispector
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