terça-feira, 19 de junho de 2012

Harry Potter no Jogo do Corinthians


No meio da noite em volto a gritos e fogos eu despertei do meu sono celestial a la Harry Potter e seus pesadelos com Voldemort. Antes de ir dormir assisti ao Jornal Nacional que mostrava que na cidade de São Paulo estava tendo uma onde de assaltos. 


Era assalto a prédio, condomínios de luxo e o escanbal, logo o primeiro pensamento que me veio à mente foi : “ops , é arrastão?”. Ou seriam os Comensais da Morte fazendo mais um ataque à cidade dos trouxas?


Nenhuma coisa nem outra, os simpáticos e, exaltados, torcedores do Corinthians que estavam celebrando a vitória de mais um jogo.


Não entendo nada de futebol, e nem torço por time local, estadual e semelhante. Torço apenas para seleções, e vocês já sabem quais: Brasil e México. Mas eu sou carioca e sei que o flamengo tem uma torcida incrível, grande e barulhenta e sempre que o fluminense ganha, fazem carreata aqui na cidade, num é Luis Matheus? Em questão de barulho todas são iguais quando tem que expressar seu amor por seus respectivos clubes.

O fato em questão é que eu nunca, nessa vida nem na outra, tinha presenciado uma comemoração tão, digamos ‘audível’ por falta de uma palavra melhor. Já vivenciei algo parecido no réveillon quando as pessoas dançam peladas na beira da praia de Copacabana pulando as ondas a la Morte do Cisne no objetivo de atrair sorte e prosperidade para o novo ano que está se iniciando. 



Não sei não, acredito que no final a única coisa que eles conseguem é matar o cisne porque de tão tontos acabam desabando sobre o pobre animal, um resfriado seco e uma baita vergonha por ter pagado mico diante de milhões de pessoas. Não tenho nada contra, viu? Dou o maior apoio a qualquer tipo de celebração baseada na crença de um mundo melhor. Se todos tivessem em algo a que confiar, nosso bonito globo terrestre não estaria tão danificado e perdido.

De volta ao Harry Potter com a camisa do Corinthians gritando “Grifinória meu timão”, epa, de onde eu tirei isso? Ihhhh gente, não disse que estava sonhando? Pois é, mas o sonho era realidade. Era meia noite quando a torcida do timão ensandecida começou a tomar as ruas exaltando o clamor da Gaviões da Fiél. Eu fiquei assustado, mas me lembrei de que mais cedo tinham comentado que teria jogo do Corinthians e que o estádio ficava relativamente próximo ao hotel.

Ahhhh, bom então eram só os corintianos? Menos mal. Nem foi necessário pegar minha varinha feita de azevinho e plumagem de fênix, 28 cm e sair conjurando uns feitiços em plena madrugada na Rua Augusta.


Hogwarts a parte, eu estava acordado: fato! Mas ainda era apenas meia noite e eu estava cansado da viagem feliz (¬¬) do dia anterior. O que fazer? Peguei o meu celular e meus fones, mal enxergando direito (pensei em realizar um Lumus Maxima), mas a luz do celular já era suficiente.


Tenho umas tracklists preparadas no celular para não ter que ficar ouvindo as 10 horas e 46 minutos de música que tenho armazenada. Tenho uma que é intitulada ‘Dormir’ e traz uma seleção fantástica de músicas asiáticas produzidas pelos mais diversos instrumentos: bambu, hashi, adaga e juro que um dia ouvi o barulho do tchaco do Jansen Junior.

Dei play na Shining Mountain do R. Carlos Nakai ...


... e em poucos minutos já estava atravessando o Lago Negro no lombo do Hipogrifo cantando “ Salve o Corinthians, o campeão dos campeões, eternamente dentro dos nossos corações.”.

Não demorou muito e meu organismo, que trabalha como um relógio suíço, me disse que estava na hora de acordar. Onde estou? Quem sou eu?Ah sim, São Paulo, CEFET, feira de eventos, Harry Potter...

Me levantei e fui até a janela, Papai do Céu já tinha estendido o tapete cinza no céu paulistano e a cidade lá fora já ecoava suas buzinas mostrando que a cidade assim como eu já estava prontos para desfilar pela avenida Paulista.



Para quem já acompanha o blog sabe o que aconteceu a seguir. Lavei meu rosto, escovei meus dentes, coloquei uma roupa básica e fui para o café da manhã. Na entrada do elevador encontrei um estrangeiro que achou que eu tinha cara de espanhol e ficou testando meus conhecimentos na língua do Dom Quixote ( quem não conhece é um excelente livro ).


Não demorei muito tomando café, comi um pão com cereais, um pedaço de bolo de laranja e bebi dois litros e meio de suco de manga. O itinerário do dia era: pela manhã iríamos visitar o bairro da liberdade e à tarde a Rua 25 de março.

Para quem não conhece São Paulo desconhece o fato de que ambos os locais são pontos de concentração asiática.  Sei o que vocês estão pensando: o bairro da Liberdade tudo bem, tem a imigração japonesa, mas onde estão os asiáticos na Rua 25 de Março? Diz para eles Carol Feijó, Creuza, Amy Lee, Menina do Sítio, Dani Jatobá, Thiago e Wanessa. Ou melhor, não diga agora, vamos deixar no suspense.

Voltando ao hotel, terminei o meu café, voltei ao quarto, tomei banho, dessa vez não pude aproveitar o aconchego da banheira. Escolhi uma roupa bacana, o clima estava ‘agora te deixo fresco e mais tarde te faço suar’, optei então por uma roupa semiaberta, um jeans e um tênis confortável, afinal iríamos caminhar no bairro do sol nascente e na rua das muambas.

Para reverenciar meus queridos amigos dos olhos puxados peguei a cera de cabelo emprestada com o Beto e usei nas minhas madeixas alemãs. Visual pronto, máquina fotográfica sempre em mãos, celular, óculos de sol, carteira com documentos, dinheiro para o transporte e protetor solar. Me esqueci de alguma coisa? Ah claro meu caderninho de autógrafo caso encontrasse com algum ídolo Kpop pela rua.

  
Liguei para meus amigos e todos já estavam prontos para ir rumo à aventura do hashi perdido. Digo quase todos, alguns amigos ao que parece fizeram parte da festa corintiana em busca do cálice de fogo.  Os que tinham sobrevivido estavam ali com cara de sushi e não demorou muito para chegar as líderes do clã cefetiano: professora Fernanda e professora Gisela.

Eu disse como que iríamos chegar até o bairro da Liberdade? Não? De metrô! É o transporte que o Rappa chama de ‘minhoca de metal’. Vocês não pensaram que era de Nimbus 2001 né?


Para quem leu o post anterior sabe que nosso bonito hotel estava situado em um local estratégico para a realização de deslocamentos. Saímos, em um grupo de 15 mais ou menos em uma semifila, como nos passeios da escola ao zoológico. A tia vai à frente guiando e os aluninhos atrás sem perder o passo.

Caminhamos por uns 10 minutos e já estávamos no centro da urbe: a movimentada Avenida Paulista.


Tiramos a famosa foto em grupo...



 ... dessa vez sem ocupar nenhum monumento disputado, até porque quem passa pela avenida paulista não tem tempo nem para admirar a linda bandeira de nossa nação tremeluzindo no alto de um arranha céu.


Depois das fotos seguimos rumo à entrada do metrô e mais uma vez revi meu sonho do Harry Potter quando este é acompanhado pelo Sr. Weasley ao Ministério da Magia em HP5.


As pessoas surgiam das catracas e seguiam apressadas em direção às escadas. Só para deixar claro eu nunca tinha usado o metrô paulistano, apenas o carioca e acredito que muitos dos meus amigos também. A expectativa era alta. Tínhamos que comprar os tickets e nos dirigimos ao balcão de compra que graças a Deus não tinha fila, até o grupo do CEFET chegar.


A Isabelle Ramos ficou por último e a Laís aproveitou para, como dizem os paulistas, ‘tirar uma com a cara dela’.

Entramos na fila todos juntos. ‘Dois bilhetes, por favor. ’. Não foi muito caro, algo como R$6,00 ida e volta e dali seguimos para as plataformas. Ah, há um fato digno de ser destacado. Passando pela plataforma de embarque havia uma máquina grande localizada próximo à parede que parece essas máquinas de refrigerante que inserimos uma moeda e o refrigerante sai. Sabem qual? 

Só que nessa máquina não sai refrigerantes e sim livros!!!!!!!! É, livros! Mesmo naquele vuco vuco de pessoas eu não tive como não voltar, chamar a Erica Isidoro e dar uma olhada na máquina. Tinha um informativo que dizia que era o projeto ‘vending machines’.


Olha que ideia genial! Super apoio e felicito a quem preconizou o movimento. E o melhor galera, os livros são muito baratos. Não sei se este projeto já está sendo implementado aqui no Rio, mas sei que em Porto Alegre tem.

Depois de contemplar uma ideia bacaníssima, Erica e eu saímos correndo para poder alcançar os demais alunos que já estavam muito além na nossa frente observando o mapa das linhas do metrô em busca do destino certo para onde iríamos. Destino traçado era só esperar o metrô chegar e pé na tábua. Tudo muito simples né? Nem tanto se estamos em um grupo de 15 e melhor um grupo de 15 cariocas.

Meus amigos paulistas sabem que São Paulo não para e esse eterno movimento se reflete no seu meio de transporte. As portas do metrô levam apenas em torno de 1 minuto e 20 segundos para fechar e partir correndo nos seus trilhos. Estávamos em torno de 15. Ok, 15 pessoas entram fácil pelas portas que abrem e fecham em pouco tempo.

Mas não nos esquecemos de alguns singelos dados: “De acordo com o IBGE, a população do município de São Paulo é de 10. 886.518 habitantes. Se for considerada a região metropolitana, ou seja, os 38 municípios que circundam a capital, a população chega a aproximadamente 19 milhões de habitantes.”.


Eu sei, vocês não são bons em cálculos assim como eu, mas não precisa ser discípulo de Pitágoras para saber que esse coeficiente daria negativo, certo? E deu! O metrô chegou e assim como os 19 milhões de habitantes disputamos o pequeno espaço das portas para poder entrar por um simpático vagão, que por milagre divino, estava semivazio.

Os mais safos e velozes entraram e a pobre Kamila bailaria Mouza ficou para trás. 1 minuto e 10, 1 minuto e 15, 1 minuto e 20! Kamila desesperada não sabia o que fazia. Pensou: será que as portas do metrô são como as portas do Friburgo Shopping? Tentou, mas não obteve resultado.

 Já ouviram falar que quando estamos diante de uma situação de risco nosso cérebro nos leva a espaços inabitáveis da mente? Kamila então, em uma fração de segundos, não me pergunte quanto tempo é isso, viu sua vida diante dos seus olhos e a sua mente a ponto de entrar em pane lembrou-se de uma coisa.

Quando criança costumava brincar de um desenho que passava na TV onde uma mulher loira usava um vestido branco mostrando as pernas bem torneadas resultado dos exercícios feitos na escada do castelo onde morava e quando empunhava uma espada e dizia umas palavrinhas mágicas ganhava forças sobrenaturais. 

Kamila procurou em seu bolso, não tinha espada. Alguém tem uma caneta? Ninguém tinha nada para lhe ajudar. Kamila já com dificuldade para respirar ergueu seus braços de 1.20 cm e disse: “Pela honra de Greyscow: Eu sou She- Ra.”.


Nesse momento para espanto geral da nação as portas se abriram, não muito, mas como Kamila é magra, conseguiu passar pelo vão de uns 50 centímetros que se abriu através das suas forças sobrenaturais.

Os alunos e a população de São Paulo disseram: ‘ufaaaaaaa’. Com todos já no interior do vagão foi o momento propício para rir da desgraça alheia e registrar os relatos dos passantes. 




Passado 4 estações estávamos prontos para desembarcar, dessa vez parecia uma preparatória para a Corrida de São Silvestre. Todos queriam sair sem ter que ficar para trás e revelar suas identidades secretas de super - heróis.

O desembarque embora conturbado não resultou em nenhum destrinchamento humano. Chegamos ao bairro da Liberdade. Antes mesmo de por os pés nas calçadas lusas nipônicas já identificamos um fluxo de issei, nissei, sansei e yonsei. Para quem não conhece a árvore genealógica japonesa e acha que todos são ‘não sei’ é só pensar que são da mesma família.


Eu achei o máximo. Era para isso que eu estava ali. Para admirar e vivenciar um pedacinho do Japão no meu país. Já na entrada do bairro é possível vislumbrar a arte oriental nas ruas, nas lojas e até no banco Bradesco.


As luminárias vermelhinhas cortam todo o bairro.


Depois de tirar umas fotos para registrar a presença, nos separamos e cada um seguiu seu interesse em visitar o bairro. O meu era fazer contato com os (quase) nativos e tirar algumas fotos.

Meus amigos de bom coração me acompanharam. Meio perdidos decidimos descer a rua principal e ver no aquilo iria dar. Pelo caminho os habitantes do bairro do sol nascente falavam seu idioma original: japonês, o que não era um problema uma vez em que já no ano passado quando visitamos São Paulo para o Salão Nacional do Turismo eu ensinei a Belle Ramos, Kamila Mouza e Érica Isidoro como se comunicar bem com os asiáticos simpáticos de cabelos negros brilhantes banhados ao molho shoyo.


Ensinei os cumprimentos básicos em coreano, japonês e mandarim.

Japonês: Konichiwa, ogenkidesuka?
Coreano: Annyeonghaseyo. Gamsahabnida.
Mandarim: Ni hao. Wo hen hao. Xie xie.

Kamila se especializou no Ni hao e seu sonho se converteu em ser respondida por algum olhinho puxado. Não adiantou falar que ‘ni hao’ é mandarim e ela estava em um bairro japonês. Ela queria mesmo é ser simpática independente do idioma.

Belle usava o coreano e às vezes confundia com o espanhol. Erica, como vocês bem sabem, se não sabem esperem que irei comentar futuramente, fala como um rádio quebrado, então na dúvida do coreano, mandarim ou japonês preferiu manter o silêncio sepulcral.

Embora não tenha assistido às aulas de línguas asiáticas, Luis Matheus era o mais empolgado para fazer contato com os japoneses, porque ficava debochando do que eles falavam a ponto de levar um golpe de karatê na orelha e esquecer o seu próprio nome.

Eu não identifiquei nenhuma palavra conhecida ao meu diminuto vocabulário nipônico, mas Luis Matheus jura que ouviu eles falando Toshiba. ¬¬.  Deboches a parte, seguimos em busca de algo interessante para se ver, fomos até o final na rua e nada. Entramos nas lojinhas, passamos pela ponte de amizade (não a paraguaia) ... 


... e concluímos que não tinha mais o que poderíamos ver. Decidimos voltar para o hotel e descansar um pouco antes de encarar o trio elétrico da 25 de março.

Enviamos uma mensagem à diretora dizendo que iríamos nos aventurar a voltar sozinhos na selva paulista e lá fomos nós, já dizia a Bruxa do Pica Pau. Tínhamos o bilhete para o retorno, coragem e a vontade de descansar mais um pouquinho. Dessa vez em um grupo menor conseguimos fazer todo o trajeto na paz mundial.

Jansen e Juliana estavam com uma pressa digna de feirante correndo do rapa; Belle, Kamila, Laís, Erica, Luis Matheus e eu fomos mais tranquilos e aproveitamos o tempo extra que ganhamos para dar uma olhada nas vitrines, comprar uns baduleques para comer, visitar uma galeria maneiríssima, que estava fechada e só então voltar ao hotel.


 Antes uma fotinha no elevador...


Chegamos ao hotel com um bom tempo de sobra para descansar, tomar banho e etc. Só iríamos visitar a 25 de março na parte da tarde. Eu aproveitei para descansar um pouco mais e tentar usar a internet do celular. Já estava quase na hora do almoço quando saímos rumo à segunda aventura do dia: Rua 25 de março. Sempre ouvimos falar que é uma rua muito movimentada e propícia para compras né?

Minha primeira experiência com a 25 de março foi incrível. A primeira vista ela parece o inferno, é cheia de gente te empurrando e te oferecendo as coisas e um barulho ensurdecedor que em apenas 10 minutos que eu estava lá tinha concluído que se existe inferno aquela rua era uma maquete perfeita, só faltava tocar axé. Brincadeirinha, Ivete Sangalo beijo me liga!


No entanto depois de caminhar um pouco, na verdade se você não caminhar é levado pela maré, eu entrei, ou fui empurrado, para o interior de um shopping e é aí que está a minha paixão pela rua 25 de março. Assim que entrei me deparei com milhares de coreanos me olhando com cara de “quer comprar um celular? Boné? Perfume? Tênis Nike?”. Todos trabalhados naquela pronúncia de Google tradutor que você faz um esforço para distinguir a origem da língua mãe (latim) ali. 

Vocês sabem que sou viciado em cultura asiática e, em especial, na sul coreana. Assim que quando vi que estava em um lugar dominado pela essência kpop me senti como o Chaves quando ganha um sanduíche de presunto.


E desde então quando vou a São Paulo tenho que fazer minha parada obrigatória no Shopping Coreano \^_~/ É agora vocês sabem do segredo oriental que a 25 de março guarda.

Embora meu desejo asiático fosse latente, mais urgente mesmo era a fome. Sim, porque se vocês bem se lembram até agora não havíamos comido nada, certo? Mas onde comer? Não acredito que vocês me fizeram essa pergunta insólita! Um lugar que exprime bem a identidade paulista e que eu gostaria muito que existisse no meu lindo Rio é o Mercadão Municipal.


O Mercadão é um patrimônio de São Paulo, um lugar onde você encontra as mais belas e frescas frutas, verduras, legumes, carnes, queijos entre outros artefatos.



 Além de ser um patrimônio, o Mercadão detém outro patrimônio. É isso mesmo, o famoso sanduíche de mortadela quilométrico.


 Não sei o seu tamanho exato, mas deve alimentar a todos os filhos da Angelina Jolie e ainda guardar para um próximo herdeiro.


Quem conhece sabe do que eu estou falando. Além do sanduíche há diversos pasteis que seguem a mesma estrutura do sanduíche e o melhor meus caros leitores. O preço! Que é super importante se assim como eu, vocês gostam de comer bem e pagar pouco. Ele varia de R$7,00 a R$11,00. Que cá entre nós é uma pechincha se levado em consideração o seu recheio e tamanho.




Geralmente, e isso comigo já aconteceu duas vezes, não conseguimos comer todo o lanche, e como desperdício de comida é pecado, embrulhamos no guardanapo para depois dar uma beliscada na viagem.

O Mercadão é uma parada indispensável a quem visita São Paulo e igualmente indispensável é parar para observar a estrutura do prédio e sua arquitetura em estilo eclético, construído entre 1928 e 1933 pelo escritório do renomado arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo. Os vitrais de Conrado Sorgenicht Filho são um atrativo a parte e mostram vários aspectos da produção de alimentos.




Camila Dazzi feelings né? Só o CEFET vai entender.

Depois de ter lanchado maravilhosamente bem já estávamos prontos para atacar a 25 de março. Mais uma vez cada um seguiu o seu destino, ou melhor, o seu interesse. Jansen estava a fim de montar um novo Bazar Opção e arrastou a Juliana para o safári dos eletrônicos.

Eu, Wanessa, Creuza, Thiago, Jatobá, Feijó, Sítio, Beto e Amy Lee fomos rumo ao Shopping Coreano. Só para esclarecer ‘Sítio’ e ‘Amy Lee’ são as alcunhas carinhosas as quais me refiro às simpáticas e risonhas Grazi Aguiar e Paula Kimus, respectivamente. Alguns já conheciam o Shopping, outros estavam curiosos por tanto eu falar dele e para fazer compras, uma vez em que eu disse que lá tinha muito material bacana para se comprar apesar de que eu só compro perfume (cubano) e óculos escuros.

Entramos no primeiro shopping, e eles tiveram o primeiro contato com os nativos coreanos.
Carioca: - Boa tarde;
Coreano:- Doze reais, quinze reais!
Oooh que coreanos simpáticos. >.<


Para visitantes de primeira viagem, o shopping coreano é uma perdição, que o diga Wanessa e Creuza. 


Mais Wanessa que queria adiantar as compras de aniversário, natal, carnaval, páscoa e dia do índio. A Creuza foi mais contida e ficou na filosofia do ‘ tô dando só uma olhadinha’.  Eu, não fui muito com a cara dos óculos e de cubano já tenho dois no estoque que ainda não usei. 

Depois de subir e rodar os quatro andares do shopping coreano ...



... decidimos sair e entrar em outro shopping... coreanooooo \ o / . Não contavam com a astúcia asiática né? Eita brazilsão que entra quem quer... enfim, voltando às compras, entramos no segundo shopping que é mais extenso e ali tinha mais opções de compras. As meninas intermunicipais, Feijó, Grazi e Paula deram início às compras. Jatobá também faz parte desse grupo, mas preferiu ficar só na vitrinagem. 

Eu achei um chaveiro irado em formato de sandália com a bandeira do nosso querido Brasil. Não me contive em comprar apenas um e acabei comprando doze.


Comprei também um stick de notebook com a bandeira do Brasil.


Thiago queria um copo - globo de boate, aliás, você conseguiu o copo Thiago?Não me lembro, fiquei entretido com meus chaveirinhos e meus amigos coreanos e acabei esquecendo se você conseguiu achar o seu copo de festa.

Feijó achou uns relógios bacanas por um preço tão bacana quanto e fez a festa nos cubanos, levou 3, certo? Grazi comprou um também e Paula jogou charme para conseguir desconto nas colônias caribenhas. Beto comprou um joguinho de tiro ao alvo que só Deus sabe pra que ele vai usar aquilo, e um massageador elétrico para aliviar seus reumatismos. Brincadeirinha Beto. Nossa simpática Creuza , se não me engano, comprou algo para o seu filho e o período de compras então estava esgotado.

Mas como? Não gente para tudo! Estamos nos esquecendo de alguém: Wanessa! Essa como eu bem disse anteriormente seria responsável por contribuir com 10% do PIB brasileiro só com sua pequena lista de 1.50 cm recheada de artigos para comprar. Eu até queria elencar os itens adquiridos por nossa querida amiga, mas se eu o fizesse daria 2012, o mundo acabaria... 


Deus o iria reconstruir...


Adão e Eva comeriam novamente o fruto proibido ...


Cabral descobriria o Brasil ...


... e só no final da segunda Guerra Mundial é que estaríamos acabando com a primeira parte da lista de Wanessa. Ou seja, é melhor pularmos essa etapa e chegar logo ao final do dia de compras.

Quem tinha o que comprar comprou, quem não tinha não comprou, quem tinha que achar o que procurava achou, e quem não achou chorou né não Laís Ferrari da mochila dourada?

No final da tarde o ponto de encontro seria novamente no belíssimo Mercadão municipal. Eu sei, vocês já estão cansados, é nós também estávamos. Wanessa muamba e eu comemos uma tapioca, os outros beberam algo para matar a sede e ficamos esperando até todos os consumistas compulsivos chegarem.

Grupo reunido era hora de buscar o ônibus no estacionamento e partimos para o nosso lar doce lar, que ainda demoraria umas 10 horas para chegar. Ué, mas de São Paulo a Friburgo não são 8 horas? Teoricamente sim, mas não contávamos com o inesperado: tinha uma pedra no caminho, ou melhor, um caroço no pneu. Mas calma, calma, ainda temos muita estrada a percorrer. 

Antes de chegar ao estacionamento do ônibus, vivemos muitas experiências. Aliás, nossos amigos agora todos reunidos tinham muitas experiências que contar. Natalia madame fez um auto exame de mama gratuito com um papa bolinha. Algumas outras meninas passaram pelo mesmo exame só que com um pen drive.

Juliana Pitzer foi atacada por um mendigo brincalhão que simulou um banho de cerveja num copo imaginário. E depois quase foi atropelada tentando negociar chocolate de procedência duvidosa numa avenida movimentada.

Para chegar até o ônibus passamos pelo set global da novela Avenida Brasil, mais especificamente no lixão da Mãe Lucinda e conseguimos finalmente embarcar com segurança e tranquilidade.


Dentro do ônibus foi hora de arrumar as sacolas e admirar as compras feitas pelos coleguinhas.



Contagem feita, ninguém faltando e pé na estrada. Seguimos em direção a um shopping para dar uma descontraída e forrar o estômago para a viagem. O shopping era enorme e fizemos uma análise geral antes de sentar para comer. Nesse ínterim, antes de entrarmos no shopping alguns alunos se perderam junto a rodomoça Gisela e acabamos entrando pelo lugar errado, quando caímos em si tivemos que voltar as escadas que tínhamos acabado de subir.

Alguns preguiçosos quiseram descer de elevador, a dúvida era a seguinte: Será que cabem todos? Estávamos em 8 mais ou menos e tentamos. Resultado: não! Tudo por culpa da obesa da Grazi Aguiar. Jansen Junior e eu acompanhamos a pobre Grazi completamente desfalecida com seus 45 kg através das escadas. Os demais desceram de elevador dando boas risadas.

O grupo se separou. A professora Fernanda, Beto e eu acompanhamos a professora Gisela que queria comprar uma camisa do Corinthians para o Loco Abreu. Aí vocês pensam: ‘perái, o Loco Abreu não é do Botafogo?’. Sim, é, mas estamos falando de outro Loco Abreu, dá só uma olhadinha:


Ainda em busca da camisa, a professora Gisela deu uma entrevista para a TV de São Paulo contando sua experiência como usuária e consumidora de aparelhos celulares, detalhe, quem estava com o celular na mão era eu. Pobre Gisela acabou sendo pega para judas. Quem mandou ter a cara da riqueza?

Infelizmente não encontramos uma camisa digna do canino Loco Abreu, a professora Gisela resolveu então comprar uns blocos de cimento maciço para fazer musculação. Bom, na verdade eram esses pesos de academia, mas que pareciam blocos de cimento pareciam. Quando encontramos o grupo deu até para fazer uma piadinha com os amigos dizendo que ela tinha comprado esculturas de mármore de carrara. Laís quase deslocou a coluna.

Grande parte da galera rachou uma pizza. Depois de bem alimentados seguimos viagem. E é aí que vocês pensam que depois do lanche descansamos e seguimos viagem dormindo felizes e cansados. Resposta errada! Quem quer ajudar dos universitários? Durante a viagem ainda teve tempo para nos divertirmos e nos sentirmos no Balão Mágico brincando de guerra de travesseiros.




Natalia aparentemente dormindo se mostrou uma completa Jacaroa do Nilo acertando várias travesseiradas na cabeça dos amiguinhos.


Até a doce Bela Belle Cantante resolveu entrar na onda e acertar o pobre Luis Matheus que descansava no leito de sua tranquilidade tricolor.


Travesseiro daqui, travesseiro dali nem reparamos quando o ônibus parou no pedágio de Cachoeiras de Macacu, que para quem não sabe , é uma ardida cidade que faz divisa com a fresca Nova Friburgo. Todos ficaram espantados: “Nossa já estamos em Cachoeiras”.  Mas o que ninguém esperava é com a boca bendita da professora Gisela: “Ué, porque o ônibus parou? Só falta o pneu ter furado”.  Advinhem meus queridos amigos o que aconteceu a seguir. O pneu furou? Não, mas deu um calombo enorme e acabamos tendo que descer para o motorista e a equipe do pedágio resolverem o problema.


Eu sei o que vocês estão pensando: “Eita lele! Mas que turma mais sortuda!”, pois é, pois é. E para nossa alegria o pneu não saía e com isso tivemos que nos acomodar nas beradas da calçada como pobres refugiados em busca de uma terra melhor ao som do frio sedutor que cantava em nossos ouvidos.


Depois de uns 40 minutos, uma simulação rápida do programa No Limite...


... e com o sol já despontando no céu azul serrano ...


... o pneu estava trocado e no seu devido lugar. Reembarcamos cansados, porém felizes de chegar ao nosso lugar, nosso querido CEFET/RJ - UnED Nova Friburgo.

Eu com minhas malas e sacolas da longínqua feira de eventos segui rumo a minha casa, com muito sono e cansaço e o desejo de deitar minha cabeça no travesseiro e descobrir que tudo não passou de um sonho com um bruxo adolescente vestido com uma camisa preta e branca jogando quadribol no Pacaembu.


A palavra é o meu domínio sobre o mundo
Clarice Lispector















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