Eu dormi cedo e hoje
pela manhã acordei e fui andar de bicicleta. Ahhhhh me encanta andar de
bicicleta! Sempre que posso, aos domingos, eu saio para dar uma voltinha. Só
aos domingos que posso e pela manhã, porque durante a semana o trânsito de
Friburgo vira um parque a la carrinho bate - bate.
O trânsito de qualquer
cidade está se tornando uma loucura né? A cada dia tem mais e mais carros e as
antas dos governantes não enxergam que podemos fazer muito mais com muito
menos.
Grande parte da
população quer viver uma vida mais saudável e o uso da bicicleta é muito mais
barato que qualquer carro que seja, por mais popular. Economiza no combustível,
reduz o trânsito infernal, ajuda na saúde cardiovascular e deixa as pessoas
mais felizes respirando um ar mais puro. Quem só vê benefícios nessa troca
levanta a mão.
Pois é meus amigos,
mas deixamos a indignação de lado e vamos finalizar nossa viagem a Brasília?
Hoje é o nosso último dia na capital do país e quem se lembra de onde paramos?
Descansando na piscina
do hotel na sombra do boi ...
... e ansioso pela noite que nos reservava grandes
surpresas. E põe surpresa nisso. Na entradinha da tarde,
já começamos a nos arrumar porque teríamos que ir para o local da cerimônia às
6 da tarde para efetuar um pequeno treino de como seria tudo.
Lembram-se das camisas
exóticas que éramos obrigados a usar? Tínhamos que usá-las na premiação também!
Eu sei, até eu fiquei surpreso quando soube. Bom, mas o que fazer né? Coloquei
uma camisa por baixo para dar up grade até porque gente, iríamos a uma
premiação com a presença de autoridades e tudo mais, ou seja, tínhamos que
estar apresentáveis.
A minha equipe tinha
determinado um rodízio das cores e só nos faltava usar o verde fluorescente.
Melhor que o laranja né? Ao menos o verde combina com a cor dos meus olhos.
Seis da tarde, todos
estávamos reunidos no saguão do hotel esperando a equipe de eventos que nos
levaria até o local da premiação. Só para situar melhor, iríamos à premiação,
voltaríamos, dormiríamos e iríamos embora na manhã do dia seguinte.
Galera reunida, partiu
cerimônia, como dizemos aqui no Rio. A
expectativa era grande e abatia a todos. Não sabíamos se teríamos que fazer
discurso, explicar o projeto ou nada. Tudo era mantido em segredo. Eu estava
tentando ficar calmo com minhas técnicas milenares de meditação asiática.
Depois de fazer o
trajeto parecido com o que fizemos rumo à casa do presidente, chegamos finalmente
ao local:
Sede recém inaugurada do SEBRAE Brasília.
Meu povo! Que lugar
lindo é esse? Nem sei quantos metros tem, só sei que é gigante. Deve ter uns 50
escritórios e todos espelhados. É tudo trabalhado na modernidade. Tem fonte e
tudo.
Eu e meus colegas
ficamos imaginando o CEFET Friburgo naquela estrutura toda. Que lindo seria !
Logo na entrada, paramos para tirar uma foto. Essas aí eram minhas concorrentes
na mesma categoria: Inclusão Social. Aliás, eram super simpáticas e bem
educadas. Eram do norte se eu não me engano. Sabemos que as pessoas do norte são
muito bem educadas de acordo com as tradições passadas de geração em geração.
Voltando à premiação,
chegamos e fomos direcionados ao auditório. Lá encontramos a equipe do MEC que
explicou por alto mais ou menos como a cerimônia iria caminhar. O que foi explicado era que quando nos
chamassem era para subirmos pela direita de um a um. Lá, no palco, iríamos
receber um troféu e um cheque, tiraríamos foto e desceríamos.
Só isso? Ok. Fizemos
uma simulação...
.. e voltamos ao pátio central para esperar a hora da cerimônia,
que seria às 7. Quanta ansiedade. Ficamos no pátio admirando a estrutura bacana
do prédio.
Ohhhh que lindo. A
equipe do SEBRAE Rio veio nos ver!
Que bonita atitude. Eu
me lembro de que quando fui entregar o projeto no escritório do SEBRAE
Friburgo, a funcionária que o protocolou me disse que na edição do ano
anterior, a equipe do Rio tinha ganhado o terceiro lugar e eu lhe respondi que
nesse ano a equipe do Rio venceria no primeiro lugar. Ela ficou feliz e
disse que torceria muito pela nossa equipe. Pelo visto torceu muito.
A diretora do CEFET
Friburgo, Fernanda, e a gerente acadêmica, Isabel chegaram também.
Ficamos reunidos cada
um com seu clã.
Não demorou muito para
que nos pedissem para assumir nossos lugares no lado direito do auditório
enquanto finalistas do Prêmio SEBRAE 2010. Os convidados ficariam do lado
esquerdo.
Auditório lotado. Não
cabia mais ninguém. Já eram quase 8 da noite. Porque essa bendita cerimônia não
começa? Meu estômago já tinha virado o Jardim Botânico e estava cheio de
borboletas que voavam de um lado ao outro. A professora Camila nos fez, ainda
no hotel, repassar um pouco sobre o projeto caso fosse necessário explicar
alguma coisa. Estávamos prontos.
De repente começamos a
ouvir uma gritaria, uma voz que se elevava diante das outras. Ai meu Deus! Era
só o que faltava, barraco na cerimônia. Começamos a olhar em volta e procurar
de onde vinha essa voz, então surgiu pela porta de entrada uma pessoa muito
conhecida de todo o Brasil. Ninguém mais ninguém menos que a atriz Fabiana
Karla em seu personagem Lucicreide, sucesso no programa Zorra Total da rede
Globo.
A cerimônia tinha
começado. Ufa! Até que enfim! Lucicreide fazia as honras da casa contando suas
piadas e nos fazendo relaxar diante de toda a ansiedade que rondava nossas
mentes.
Depois de uns 30
minutos de diversão e risos, Lucicreide se despediu e entrou um vídeo com o
hino nacional. Momento de celebrar a pátria.
Eu já falei que amo o
hino nacional brasileiro? É sem dúvida o mais lindo de todos. Todo bem escrito
e com uma melodia e letra que nos faz querer dar o grito do Ipiranga.
Após o emocionante
momento de celebração do hino entrou uma moça com um bonito vestido preto pelo
palco e iniciou os processos formais da cerimônia.
Opa, mas peraí, eu
conheço aquela mulher ali. Dá foco produção. Caramba! Mas é a mesma atriz que
acabou de entrar aqui como faxineira. Que magia é essa? Muito bacana essa
ideia!
Pelo jeito ela seria
nossa cerimonialista. Ela começou agradecendo a todos os presentes e
apresentando as autoridades. Tinha desde secretários dos ministérios até ao
presidente do SEBRAE , Paulo Okamotto que fez um discurso bacana parabenizando
a todos os participantes do prêmio.
Logo após o discurso começamos
com a entrega dos prêmios. Mas já? Calma aí, nem me preparei psicologicamente
para tal ato. Para felicidade geral da nação, a categoria que estava
concorrendo era a penúltima.
A atriz nos convidou a
assistir a um vídeo no telão. Ave Maria! Mas o vídeo é igual ao que fizemos
naquela noite líquida banhada a suco de acerola. Ahhhhh, agora entendi porque
fizemos aquele bendito vídeo. Nem lembrava mais o que tinha dito na gravação.
As borboletas viraram pombos.
A dinâmica de entrega
dos prêmios seria a seguinte:
Categoria Técnico:
- Tema livre;
- Inclusão Social;
- Cooperativismo.
O mesmo esquema
aconteceria com a categoria ‘Tecnólogo’ na qual eu estava inserido no tema
inclusão social. Faltava muito, vamos reparar nos vídeo dos outros.
Depois das entregas da
categoria ‘técnico’ deu pra ter uma ideia de como funcionava tudo. Graças a
Deus não tínhamos quem falar nada tampouco explicar qualquer coisa. Passava a
entrevista de todas as equipes e então a categoria subia no palco, sempre de 3
em 3. Lá, era desvendado, pela atriz comediante quem tinha ficado em 1º, 2º, ou
3º lugar.
Chegou o momento! Ai
meu Deus! Tão rápido. Entrou nosso vídeo no telão.
Eu disse isso? Não
lembrava. Hora de subir ao palco. Essas pessoas todas estão me olhando? O mundo
tá girando mais rápido ou é impressão minha? De onde vêm essas vozes? Não
conseguia entender nada que a atriz falava. Não estava no Pico da Neblina, mas
minha cabeça tinha uma pressão louca.
Não era a minha
equipe. Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus! Que que eu faço? Natalia gritou
de felicidade, a professora Camila me disse: “Bom, não estamos em terceiro”. “É
eu já reparei”, pensei.
Próxima posição. Mas
já? É agora, se ficarmos em segundo não ficamos em primeiro, se não ficamos em
segundo ficamos em primeiro. Minhas mãos suavam, aonde eu devo colocá-las? E em
segundo lugar ... a atriz pediu a música tema do filme tubarão. Quem foi a mula
sem cabeça que inventou de tocar essa música? PeloamordeDeus!
Meu coração fez jus a
minha carioquice e vibrava como a bateria da mangueira.
“Eco Fashion: Um novo
conceito sobre a moda”.
Jeeeeeeeeeeeeeeeeeeesussssssss! Estamos em
primeiro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Não acredito, não acredito!!!!! Espero que
tenha um médico na plateia porque vou ter um ataque do coração. O povo gritava:
Momento foto.
Não dava para
acreditar, ou dava? Ficamos em primeiro lugar! É isso mesmo produção? Que
felicidade! Vocês estão sentindo? Aposto como estão vibrando comigo. Não? Ah ,
então acompanhem com o vídeo todo o processo.
Agora sim né? Viu como
eu descrevi bem a situação? Foi uma das maiores emoções da minha vida. Fiquei
muito feliz em ganhar em primeiro lugar um prêmio nacional que com certeza me
abriu muitas portas e me deu uma base super larga na minha bagagem
profissional.
Depois que fomos
premiados, voltamos para nossos lugares, recebi as felicitações do meu colega
de quarto e das outras equipes. Estava sorrindo como ator em entrega do Oscar.
Aliás, a emoção é a mesma.
Assistimos a entrega
da ultima categoria, já felizes, relax e loucos para comemorar e foi o que
aconteceu a seguir. A atriz encerrou a premiação e nos convidou para uma festa
que estava tendo no espaço ali fora. Festa? Onde? Tô dentro!
Juntei minha equipe e
seguimos rumo à festa. Quando adentramos ao espaço reservado para a comemoração
nos deparamos com uma super pista de dança com DJ particular, Buffet, máquina
de tirar foto em grupo... Caramba! Isso é um sonho.
Dj play the song! Hoje
a noite é nossa. Nem queria ver comida na minha frente, eu estava mesmo a fim
de celebrar, afinal eu tinha acabado de ganhar um prêmio nacional e em primeiro
lugar. Não é pra qualquer um né? Estava ligado no 220 como dizem. Tudo que
tocava eu dançava. Até gênero musical que não sou fã. Meus amigos ficaram impressionados
como eu não conseguia parar.
Não tenho ideia de
quanto tempo fiquei ali dançando. Meus amigos comeram, beberam e eu continuava com
a galera celebrando. Todo mundo estava feliz, sem se importar quem tinha
ganhado em primeiro ou não.
Já dizia o ditado ‘tudo
que é bom dura pouco’, depois de umas duas horas que estávamos ali, a equipe do
MEC nos informou que teríamos que voltar para o hotel, para já ir preparando as
malas e arrumando tudo porque afinal nosso voo sairia às 9. Eu não estava
preocupado mesmo, minhas malas já estavam arrumadas. Todos sabem que sou
precavido de natureza.
Pedimos um sambinha ao
DJ para deixar o marco do Rio na pista e fomos embora. Pedi à equipe do MEC
para Fernanda e Isabel poderem nos acompanhar no nosso ônibus VIP. Não iriam
negar esse favor a um recém premiado né?
Equipe reunida...
... e lá
fomos nós felizes e sorridentes de volta ao hotel. No salão de festas do hotel
estava tendo uma social e até cogitamos participar, mas se o fizéssemos não
estaríamos aptos a acordar às 7 para ir ao aeroporto.
Fomos para nossos
respectivos quartos. Meu colega, que tinha ganhado em 2º lugar decidiu celebrar
com chandon na piscina, me convidou, mas decidi dormir.
Aproveitei para dar
uma olhada em Brasília à noite e me despedir. Parecia um mar cheio de
estrelinhas brilhantes. Deve ter sido essa a ideia dos projetistas da cidade,
deixar tudo plano para ser admirada pela noite.
De tanto ter dançado e
celebrado meu prêmio, dormi que uma beleza.
Acordei às 6 e já fui
ajeitando tudo porque nem café iríamos tomar. Tomei banho e troquei de roupa.
Meu colega de quarto estava dormindo tranquilo porque iria pegar o voo à tarde.
Nem me atrevi acordá-lo para me despedir. Deixei um bilhete agradecendo a
companhia durante o evento e desejando sucesso, afinal sou carioca, simpático
desde o parto.
Tudo pronto. Hora de
sair. Foi então que surgiu uma pedra em meu caminho como dizia Drummond. O
quarto e todo o sistema de luz era acionado por dentro, através de um cartão
magnetizado. Eu preciso entregar o meu cartão à recepção para fazer o check
out, se eu tirar o meu cartão o ar condicionado vai para o brejo. E preciso
dizer que já estava um calor digno de Copacabana.
O que fazer?Acordo o
meu colega, me despeço e o aconselho a colocar o seu cartão para não morrer torrado
com o calor ou, o deixo descansado na paz do Senhor aproveitando para fazer um
bronzeamento artificial? Façam suas apostas senhores.
Quem optou pela
alternativa 2 ganhou! Gente, ele é nordestino, tá mais acostumado com o calor
do que os coqueiros da praia de Fortaleza e com certeza preferiria dormir e
descansar porque a viagem até o nordeste seria mais longa do que a minha até
ali ao Rio em duas horinhas.
Sai do quarto com a
sensação de ter feito uma boa escolha e fui realizar o check out. Encontrei com
a minha equipe que já estava pronta para regressarmos ao nosso lar: Rio.
Chegamos ao aeroporto
rapidinho. Como bons profissionais de turismo, o check in foi realizado com
sucesso e dessa vez como chegamos adiantado foi possível selecionar as
poltronas. Optamos por todos juntos.
Nosso voo sairia em 50
minutos. Ah, vamos dar um rolé pelo aeroporto. Se você não é carioca e não sabe
o que é rolé ou rolê, eu ajudo com significado do dicionário in formal:
Sinônimos: passear , volta , sair , passeio
O tempo passou rápido e já estava
na hora do embarque. Dá uma olhada no nosso avião chegando lá atrás.
Vamos voar de Gol. “Dessa vez eu vou registrar tudo”, pensei.
Já dentro do avião.
Quem acompanha essa viagem desde o
início vai perceber uma larga diferença. Larga, é essa a palavra. A aeronave da
Gol é bem larga, diferente da Webjet.
Olha que bacana o avião subindo.
Que sensação gostosinha.
Opa, ele tá virando. Calma gente,
muita calma nessa hora.
Ufa, estabilizou.
Olha que lindo os campos verdes
ali embaixo.
Olha as nuvens que perto estão.
Ih gente essas nuvens estão perto
demais.
Ok, tá bom pessoal, já vi o bastante.
Nesse momento decidi fechar a
janela, já estava muito alto para a minha fobia à altura. Quando ele baixou um
pouco mais eu abri e consegui registrar Goiás, toda verde lá embaixo.
Olha uma cidadezinha.
Meu Deus, aquilo ali são rios? Se
daqui de cima eles são grandes imagina de baixo.
Já adentramos a solo carioca.
Preparados para ver uma paisagem
única nas suas vidas? Eu fiquei bobo com essa beleza e até me esqueci da altura
em que estava.
Essa perfeição de Deus aí é a
linda cidade de Angra dos Reis, mais específico, estávamos voando sobre Ilha
Grande, no litoral fluminense. É um conjunto de ilhas que formam quase um
arquipélago.
Eu , graças a Deus, conheço essa
formosura e tenho muito orgulho de que ela esteja no meu estado.Vamos continuar olhando. É lindo né? Eu sei.
Deixamos Ilha Grande para trás e
em apenas alguns minutos eu avistei mais uma perfeição divina. A Baía de
Guanabara.
Ehhhhhhhhhhhh! Chegamos!
Brasília pode ser linda, mas o Rio
é a cidade maravilhosa né? Dá licença.
Registrei cada movimento da
aeronave sobrevoando o meu lindo Rio.
Vejamos uma sequência.
Olha a gente pertinho da ponte Rio
Niterói.
Descendo galera!
Opa vai tocar o chão. Olha que legal esse compartimento da asa que abre para ajudar a reduzir a velocidade.
Enfim em casa.
Já com nossos devidos pezinhos no
chão, fomos recebidos pelo Rio 40º .
Ah, estava tão feliz que nem
queria reclamar do calor. Eu estava de volta a casa e com um troféu de um
prêmio nacional. A felicidade se misturava ao meu sangue e corria por minhas
veias.
Uma van da mesma empresa que nos
levou veio nos buscar e seguimos em direção à linda Nova Friburgo. Deu até parar tirar uma foto dos cruzeiros
ancorados.
E alguém reparou naquele céu
lindo, azul e perfeito ali de fundo? Ele está mais azul ou é impressão minha?
Foi o meu segundo prêmio do mês, um céu azul brilhando todo pra mim.
Talvez estivesse, não sei. O que
sei é que a experiência que tive em Brasília foi única e não só na minha vida,
acredito que na vida de todos que ali estiveram e quem não esteve agora pode sentir
um pouco do que vivi e compartilhar nem que seja com suas próprias mentes.
Bom pessoal, chegamos ao fim de
nossa aventura brasiliense. Foi longa, mas foi divertida, fala a verdade. Ah, não chegou ao fim de nossas experiências,
temos muitas viagens realizadas e a cada dia vivemos uma situação nova, e
claro, digna de ser postada.
O mundo gira meu povo, não vamos
ficar parados. Fui!
Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.
Jorge Luis Borges
Jorge Luis Borges
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