quarta-feira, 27 de junho de 2012

Mr. Simpatia na capital do Brasil (Parte I)


Bom dia meus queridos leitores!

Como está tudo? Em paz? Em guerra? Olha lá hein! Sem guerra. 
Aqui só há espaço para a paz mundial. Quem lembra da Miss Simpatia?


É isso! World Peace. 

Hoje acordei e dei uma olhada no céu, estava azulzinho e com um sol tímido, mas que parecia proeminente. E aí vocês pensam: “wow o dia vai ser bonito e quente”. Vosso engano meus amigos. Não se você assim como eu mora na Ilha de Lost.


Já há algum tempo em que eu conclui que Nova Friburgo é a Ilha de Lost. Porque gente é algo de cinema o tempo nessa cidade. Pelo início da manhã meu pai até disse: “Ihhh hoje o tempo vai esquentar”. Agora eu estou debaixo das cobertas com casaco e meia escutando “moves like Jagger” e atualizando nosso simpático blog.

Aposto com vocês que mais pro meio do dia vai dar um sol quente. Friburgo é assim, você tem que sair de casa com casaco, camisa leve, protetor solar e guarda- chuva porque só Deus sabe o tempo que vai dar. E é justamente essa característica que torna a minha cidade linda. Essa imprevisibilidade climática. Assim você tem verão, inverno, outono e primavera o ano todo.


O clima tá sempre fresquinho e não seco como em outras cidades. Alguém conhece Brasília? Que cidadezinha seca. Quando eu fui senti uma sede tão louca que poderia beber toda a água do lago Paranoá. Vou contar a minha experiência pela simpática Brasília. Foi uma viagem longa, por isso deve ser divida em alguns posts.

Eu fui a Brasília receber um prêmio que já comentei no primeiro post. Vou explicar melhor que prêmio é esse.

No ano de 2010 a minha querida e idolatrada professora Camila Dazzi me propôs a desenvolver um projeto para concorrer a uma bolsa de pesquisa do CNPq, que é o Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.


O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tem como principais atribuições fomentar a pesquisa científica e tecnológica e incentivar a formação de pesquisadores brasileiros.”.


Eu fiquei super empolgado com a ideia e escrevi um pequeno projeto sob orientação da professora Camila. Graças ao nosso esforço e ao bom curriculum da professora Camila conseguimos a bolsa. Foi uma felicidade só e com a felicidade a responsabilidade. Não é apenas uma pesquisa que você deve fazer e entregar. As pesquisas desenvolvidas pelo CNPq são de grande relevância acadêmica e de importância científica.

Não estava com medo, era um tema que eu gosto de trabalhar, patrimônio cultural, tinha o apoio da professora Camila e o projeto serviria como complemento a minha monografia que também foi sobre patrimônio. Ou seja, uma oportunidade única que eu não deixei passar. A pesquisa teve um prazo de execução de 1 ano. Comecei em julho de 2010 e entreguei em julho de 2011.


Só para entender melhor, a pesquisa desenvolveu uma análise de diferentes projetos e ações de Educação Patrimonial pelo país com o intuito da elaboração de uma proposta de identificação e valorização do patrimônio cultural da cidade de Nova Friburgo/RJ.

Com um resultado parcial, a professora Camila e eu decidimos pôr esse projeto em prática aqui na cidade. Um desafio enorme, mas que encaramos com fé e coragem. A proposta era de trabalhar com a educação patrimonial. O que é isto?

“Educação Patrimonial busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto desses bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural. (HORTA; GRUMBERG; MONTEIRO, 1999, p.06)”.

A proposta era trabalhar a educação patrimonial com as crianças do segundo ciclo das escolas públicas de Friburgo. A professora Camila e eu reunimos uma equipe com mais 3 alunos do curso de turismo do CEFET e desde então buscamos contato com as escolas interessadas.

As escolas procuradas abraçaram a ideia e desenvolvemos o projeto. Não foi fácil. Trabalhar com crianças é uma tarefa de paciência e disciplina. Saber o ponto certo da criança, em como chamar sua atenção para o aprendizado e há toda a questão do ambiente em que essa criança vive. É um trabalho árduo, porém igualmente recompensador.

Vê-las felizes com o que aprendeu, nas atividades participando é a recompensa de um bom trabalho.

Essas são as visitas que fizemos com os alunos a alguns pontos históricos da cidade que estavam relacionados à história de Nova Friburgo.

Turma da professora Adriana no Country Club

Minha turma na Praça das Colônias

Turma da professora Janaína na Praça das Colônias

Turma da professora Natalia no Country Club

O curso durou por um semestre e foi incluídas nas aulas vagas ou destinadas a ‘projetos’.

Desde esse projeto, surgiu um edital do Prêmio Técnico Empreendedor promovido pelo Sebrae /RJ e seus parceiros, Ministério da Educação , Ministério da Agricultura e outros. A professora Camila e eu conversamos e decidimos participar do prêmio. Havia uma avaliação regional onde os projetos da região sudeste seriam avaliados e estaríamos concorrendo. Após essa etapa, os projetos selecionados iriam para a avaliação nacional onde os projetos estariam concorrendo com todos os demais selecionados pelo país. 

Não vou dizer que foi fácil porque não foi! Adaptar o projeto para o formato do Sebrae foi um parto.O modelo que eles solicitaram era 100% empresarial e nosso projeto era 100% de cunho social, tanto que nos inscrevemos na categoria ‘inclusão social’, mas o modelo era o mesmo para todas as categorias. A professora Camila e eu passamos dias adaptando o projeto para o modelo até que finalmente conseguimos.

Projeto feito era só enviar e esperar o resultado. O prêmio em si era uma determinada quantia em dinheiro para a etapa regional e uma quantia maior para a etapa nacional. As equipes vencedoras iriam até Brasília receber os prêmios, que incluía um troféu.

A expectativa era alta, mas como demoraria a sair o resultado, com os afazeres do dia a dia acabamos nos esquecendo da data do resultado. Na semana que sairiam as posições alguém se lembrou de que era a data do resultado e acabou verificando e descobrimos que tínhamos passado na etapa regional em primeiro lugar. 

Ficamos muito felizes e ansiosos com a etapa nacional que sairia em mais um mês de avaliação. Dessa vez não queríamos perder a data de vista. Era uma expectativa não só da equipe, mas de toda a universidade, afinal representávamos o nosso querido CEFET.

Na etapa nacional havia uma dinâmica diferente. As equipes selecionadas iriam até Brasília e lá, na premiação iriam saber qual a posição em que tinham vencido. Eu sei, só para nos deixar mais ansiosos.

O fato é que um dia chegando à faculdade as queridas pedagogas, Cristina e Regina me avisaram que havia saído uma nota na página oficial do CEFET que nossa equipe tinha ganhado o prêmio nacional. Ficamos eufóricos. Só de estar selecionado já indicava que estávamos entre os 3 o que cá entre nós é mais do que um prêmio. 
A viagem seria toda paga pelo MEC para a equipe em limite de 4 pessoas. Tínhamos 5. A professora Camila e eu tivemos que escolher quem iria. A escolha foi feita. Colhemos os documentos de todos e mandamos para o MEC comprar nossas passagens e fazer reservas no hotel. Ficaríamos três dias em Brasília.

A ansiedade estava a mil. Não sabíamos em qual posição tínhamos ganhado. Seria minha primeira viagem de avião. Aqueles que leram o post sobre minha visita ao maravilhoso Cristo Redentor sabem que tenho um medo supremo de altura. Mas aí que entra o mistério da galinha preta como diz minha amiga Belle Ramos. Eu não tenho medo de avião, ao menos não senti medo nenhum nessa viagem. Estranho né? Pois é, eu sei. Mas nós vamos chegar a esse ponto.

Viagem marcada. Final do ano. Malas prontas, muita ansiedade em seu interior. A diretora do CEFET Friburgo aqui já conhecida, professora Fernanda Rosa iria nos acompanhar. Um ato super bonito. Ter nossa diretora na premiação. Ela solicitou uma van para levar a equipe. A professora Camila já estaria no Rio nos esperando.

A viagem de Friburgo até o Rio foi uma aventura. Iríamos sair às 4 da manhã. Meus pais e meu irmão me levaram até o CEFET. Não demorou para a diretora e a gerente acadêmica chegaram. Até aí tudo bem. O problema foi a van chegar. Ao que parece o motorista saiu atrasado e se perdeu por não conhecer Nova Friburgo.

Demorou uns 40 minutos desde o horário marcado até ele chegar. Nossa diretora, claro, ficou cobrando, ou não sairíamos a tempo. O avião saía às 8:30 e vocês já sabem que são umas 2 horas de Friburgo ao Rio. A van ainda que atrasada chegou e pedimos pressa porque tínhamos um voo.

O motorista era uma topeira. Pegamos engarrafamento no viaduto de São Gonçalo, a viagem de 2 horas se voltou a 4. 


Ficamos nervosos e estressados. O aeroporto para ajudar era na Ilha do Governador, ou seja, teríamos que encarar ponte Rio Niterói e tudo mais. Já entenderam né? Drama total. Fizemos uma pressão com o motorista e ele até que acelerou. Chegamos com o avião já com as turbinas ligadas. rs. , ou quase. Fizemos o check in na velocidade da luz e encaramos outro drama na revista de metais com aqueles guardas tão simpáticos parecendo que estão em greve e com dor de dente.

Bom o check in já estava feito, não poderiam nos deixar para trás. Como chegamos ‘atrasados’ nem foi possível escolher os lugares, acabamos ficando distribuídos pelo avião.

Eu fiquei no corredor, ao lado de duas senhoras, amigas, que me deram a ideia de serem aquelas aposentadas inteligentes que ao invés de ficar em casa cuidando dos netinhos e fazendo tricô aproveita a aposentadoria e vai viajar e conhecer o mundo. Aliás, super apoio essa filosofia de vida. Já trabalharam demais, agora é o momento de descansar. As duas não fecharam a boca nem um segundo. 
Ficaram contando as experiências de viagens, inclusive uma detalhou uma turbulência que ela enfrentou no céu de Nova York.  Não foi algo que de fato me deixou nervoso. Eu estava bem tranquilo e digo mais, queria ter ido na janela para poder ver tudo, mas fiquei no corredor. Bom, mas calma que tem a volta.

Todos a bordo, a aeronave começou a esquentar as turbinas. Algo que demorou bastante, uns 15 minutos até ele iniciar a partida. A senhora ao meu lado usou metade do meu cinto de segurança para fechar o dela e eu fiquei procurando minha outra metade achando que: ou eu era louco e não estava sabendo fechar o troço ou havia algum problema sobrenatural. No fim a senhora viu que eu estava a ponto de fazer o avião parar para que eu pudesse achar minha metade e sorrindo meio envergonhada devolveu a outra parte do meu cinto de segurança.

"Senhoras e senhores a aeronave vai decolar.". Para quem tem medo de avião eu achei a decolagem um maior barato. Claro porque eu não estava vendo nada que acontecia lá fora. Até deu pra ver um pedaço da subida, mas a senhora logo fechou a janela talvez por causa da labirintite que eu previ que ela tivesse.

Senti a típica pressão da decolagem e até a estabilização da aeronave fiquei com o ouvido entupido. Daí por diante tudo foi perfeito. A viagem do Rio até Brasília era algo entorno de 2 horas. O Rio como sempre estava lindo e azul. Como não é possível o uso de aparelhos eletrônicos em determinadas partes do voo nem me atrevi a ligar o music player do celular. As aeromoças fizeram todo aquele processo de avisos que a gente vê no cinema, de indicar as saídas de emergência, as máscaras de oxigênio e tudo mais... Quem nunca imitou esse exercício?


Peguei minha revista de Patrimônio que meu amigo me enviou do México e fiquei lendo. A revista acabou rápido e como nunca ando desprevenido, levei o Aleph do Paulo Coelho que tinha comprado nas Lojas Americanas. O livro é ótimo e me deu vontade de fazer a viagem da transiberiana.


Viajamos de Webjet. Eu estava ansioso para conhecer a Webjet porque eu gostei da empresa : verde, mas para quem vai fazer sua primeira viagem de avião não é uma boa opção. A aeronave é muito compacta. Eu achei. Nem sei como as aeromoças conseguiram passar com aquele carrinho. A propósito, o lanche na Webjet é vendido. Eu não estava com fome. Fico assim quando estou ansioso, sem fome. Não comprei nada.

Já estava na metade do livro quando anunciaram que havíamos adentrado o solo brasiliense. Ao que parece, na capital do país estava rolando um baita temporal e por isso iríamos dar mais umas voltas pelo céu como gaivotas perdidas até ter teto para pousar. “Bom, ok, por mim tudo bem, já estamos aqui mesmo”, pensei. Depois de ir até a esquina e voltar, o comandante anunciou o pouso. E o que a bruxa do Pica Pau diz?‘E lá vamos nós’.  

Achei a aterrissagem tão interessante quanto a decolagem. Parece montanha russa na curva da descida. E o pouso foi tranquilo. Pousamos com delicadeza e fomos deslizando pela pista. Hora de descer galera. O passeio foi bom, mas chegou ao fim. Peguei minhas bugigangas e entrei na fila da descida. Ahhhhhh, o chato desses voos comerciais é que saímos pelo portão de desembarque.

Quem nunca sonhou em sair do avião como a agente Hart em Miss Simpatia? .


A equipe chegou depois de 20 minutos. Aproveitamos para tirar foto pela entrada do aeroporto. 


Entramos na van e fomos para o hotel. Se o aeroporto de Brasília era uma confusão, as avenidas eram completamente organizadas. Não havia um trânsito tão descomunal como em São Paulo ou no Rio.


Aos que não sabem Brasília foi planejada através de um plano urbanístico, conhecido como ‘plano piloto’ elaborado pelo famoso urbanista Lúcio Costa inspirado pelo sinal da Cruz. O projeto se baseia em dois eixos: o Eixo Rodoviário (norte - sul) e o Eixo Monumental (leste - oeste). É tudo bem divididinho e separados por áreas.


No eixo rodoviário (asas sul, norte e parte central) ficam as casas, o comércio, as áreas de lazer, as escolas e etc. Já no eixo monumental é onde ficam os ministérios, a Praça dos Três Poderes, a rodoviária, setor hoteleiro, setor esportivo entre outros. Pessoal! É uma coisa de louco. Se você está em um setor e necessita ir a outro você dá uma volta do infinito até chegar ao bendito lugar. Mas é um sistema de cidade único e que vale muito a pena viver uma experiência ali. Eu fiquei impressionado porque falando é uma coisa, mas vendo é outra.

Chegamos ao hotel. Era um hotel mineiríssimo. Considerado 5 estrelas, onde já se hospedou a rainha da Inglaterra, presidentes famosos e tudo mais. Era um hotel grande e espaçoso. Eu fiquei no sétimo andar com um orientador de uma equipe da Paraíba. Um cabra muito gente boa.

Logo assim que chegamos, fizemos o check in e fomos conhecer o quarto.


Já tinha um aviso que deveríamos descer e nos dirigir até o salão de eventos do hotel. Tomei banho, troquei de roupa em apenas 30 minutos e desci. Tinha uma equipe nos esperando para distribuir os materiais das equipes: uma mochila irada, uma squeezer bacana, um pen drive cédula da hora e três camisas de cores duvidosas que deveríamos usar durante todas as atividades obrigatórias.

Pessoal, as camisas eram das seguintes cores: verde fluorescente, rosa escuro e laranja. Vergonha feelings né? Não sei quem foi a bendita pessoa que desenvolveu aquelas camisas, mas que elas eram pavorosas eram. Bom, não vamos criar problema já de cara. Além de chamativas, as camisas eram de malha transparente, ou seja, teríamos que usar outra camisa por baixo. Só há um pequeno detalhe. Brasília é no centro - oeste do país, no entanto parece mais o nordeste. É absurdamente quente!!!!! Não tem árvores como aqui no Rio, então o calor triplica. Quem sofre são as pessoas que têm que trabalhar na rua porque a maioria vive abaixo do ar condicionado, nos escritórios e tudo mais. Eu estaria perdido já que o ar condicionado acaba com a minha voz.

Depois de receber o kit com as camisas da vergonha, almoçamos. O restaurante era perfeito. Tinha todos os tipos de comida que vocês possam imaginar. Eu engordei 5 quilos nessa viagem, by the way. Durante o almoço fomos convidados a dar uma entrevista a um jornal local. Nos sentimos celebridades no Leblon.


Após o almoço, subi, escovei meus dentes, coloquei um perfume básico, passei meu protetor solar fator 3 mil radiação ultra solar, peguei meus óculos escuros do ciclop do X - men e estava então preparado para nosso primeiro compromisso do dia. Algo super básico: Encontro com o ministro da agricultura. Tínhamos um ônibus particular de dois andares no qual nos deslocávamos pela cidade. 



O ministério da pesca e agricultura é lindo. São uns prédios grandes e bem desenvolvidos. Na entrada tinha um lago simpático com flores também simpáticas. Tiramos muitas fotos como bons turistas.



Entramos no Ministério. Ganhamos um kit muito legal com informativos sobre as obras do ministério. Esperamos meia hora até o querido ministro nos receber. O ministro foi muito simpático. Tirou foto com o grupo e tudo.


Depois de ouvirmos o discurso do ministro seguimos em direção a outro ministério, o da educação. Lá fomos recebidos pelo vice - ministro da educação que também realizou seu discurso em prol da boa educação e etc. Os corredores dos ministérios são longos e lindos.



Nossa agenda estava completa por hoje. Ufa! Estávamos muito cansados pela viagem e pelos compromissos que já tínhamos encarado com discursos longos que cansavam os ouvidos e os olhos. Hora de voltar para o hotel e descansar um pouco.

Me esqueci de dizer que havia uma banheira estilo luxo no quarto e o hotel ainda nos presenteou com um kit higiene. Tinha shampoo, condicionador, escova de dentes, creme dental... Guardei de recordação, já que sempre levo tudo meu. Relaxei bastante na banheira para recuperar as energias e decidi dormir um pouco porque iríamos sair à noite para conhecer a cidade. 

Acordei uma 1h 30min depois. Já estava no início da noite. Nos arrumamos e fomos jantar no restaurante do hotel. O jantar foi tão esplêndido quanto ao almoço. Nem me lembro do que comi, só sei que foi muita coisa. rs. E bebi muito também um suco de goiaba divino que devo ter bebido 1 litro e meio. O hotel tinha vários restaurantes com ambientes diferentes. Nós ficamos no aberto que nos destinaram próximo à piscina.


Depois de comer e escovar os dentes no quarto, já estávamos prontos para explorar a cidade. Na verdade, tínhamos destino certo: o mercado municipal de Brasília, sugestão da professora Camila. Pegamos um taxi e demos uma boa volta até chegar ao mercado. A entrada parecia normal, como qualquer outro estabelecimento onde podemos encontrar frutas, legumes e etc.

O segredo está quando entramos. Parece que voltamos ao tempo e estamos em um mercado do século passado com diversos artefatos decorativos que dão um aspecto único ao lugar.


Gente! Tem tudo que você quiser no mercado. Queijos importados de todas as nacionalidades, vinhos e frutas dignas de exportação. Eu vi uns rockefeller grandiosos e uns gorngonzolas todos lindos. É claro que o preço acompanhava a beleza dos mesmos, mas estava ali para apreciar, não comprar.



O mercado tinha um segundo andar onde encontramos joias raras, como a hélice de um navio servindo como ventilador ...



... um telefone de 1900 e alguma coisa ...


... um relógio francês lindo ...


... e azulejos e vitrais de alguma época celebre do nosso país.




O mercado municipal é uma caixinha de surpresa. Anexo a este, está um bar muito simpático em que resolvemos ficar um pouco e comer alguma coisinha. Pedimos bolinho de bacalhau e cada um pediu a bebida que mais lhe atraía.





Eu, como vocês sabem , tenho uma sede absurda e pedi um suco de acerola. Quem já tomou suco de acerola? Somos privilegiados por ter essa fruta tão gostosa né? Orgulho brasileiro.

O suco não demorou a vir. Eu já com sede bebi tudo rápido. Pedi mais um. Comemos bolinhos, tiramos fotos. O suco acabou, pedi mais um. Conversa vai, conversa vem, mais um bolinho e meu copo estava vazio e eu continuava com sede, pedi mais um suco. O garçom desconfiou, mas trouxe de boa vontade. ‘Gente, tá calor ou sou eu?’, pensei.


Depois de mais papo, minha boca estava seca. Nem senti vergonha de pedir mais um suco de acerola. Na verdade, acho que estava com tanta sede que nem reparei na vergonha alheia que meus amigos deveriam estar sentindo.  Não estava nem aí, como diz a Lady Kate:


Quando eu estava pronto para pedir meu 6º suco de acerola, uma funcionária do MEC nos ligou procurando saber onde estávamos que não havíamos feito o vídeo do prêmio. Vídeo do premio? Que vídeo? Não fomos informados de nada! Detesto que me cobrem por algo que não me informaram. Já eram quase 11 horas e tínhamos que gravar um vídeo? Depois de ter bebido uma caixa d’água de suco? Era só o que nos faltava.

Se quando estava fazendo o pedido sucessivo de suco não estava envergonhado, a vergonha veio quando a professora Camila disse que pagaria a conta. Aí sim eu fiquei com vergonha, porque afinal eu tinha acabado com o estoque de acerola do mercado municipal.

Conta paga, chamamos o taxi:
‘Hotel Nacional, por favor. ’.

Chegamos ao hotel em 10 minutos. Quando chegamos, a nossa diretora e a gerente acadêmica já nos esperava junto com o pessoal da gravação do vídeo.  


Não fomos informados qual a finalidade desse vídeo, era surpresa. Nos deram uma lista de 20 perguntas e tínhamos que escolher e responder umas 6. Com sono, com a barriga do sargento Garcia do Zorro de tanto suco e ainda sem saber por que cargas d’água tínhamos que filmar aquilo.

Luz, câmera e ação!



Cada um respondeu uma pergunta, tivemos que repetir algumas e no final estava tudo OK. Graças a Deus.

Estávamos exaustos, mas mesmo assim resolvemos fazer um happy hour no restaurante à beira da piscina com todos juntos. Comemos mais, e eu aproveitei para pedir mais suco! Bebi dois de abacaxi com hortelã.  Quantos litros cabem na nossa barriguinha? Alguém sabe?  Dessa vez pagamos todos a conta.

Fui para o quarto e meu companheiro de quarto já estava lá. Cansado como todos. Conversamos um pouco sobre a visita e o que achamos da cidade.

Liguei o ar condicionado no máximo e fui dormir porque no dia seguinte a rotina seria mais pesada e ainda em segredo, não queriam nos explicar para onde iríamos. Não gosto disso, mas fiquei de boa. Vocês sabem que sou adepto de toda experiência é válida, decidi então manter a linha do Mr. Simpatia relaxar e dormir.


O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele

Immanuel Kant